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Wednesday, 25. February 2015 3:00 pm Save in my calendar

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Porque o crescimento pode ser um problema para garantir o nosso futuro

Debate com professor Reinhard Loske e convidados em Brasília

A Fundação Heinrich Böll, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a Universidade de Brasília e a Rede Brasileira pelo Decrescimento Sustentável, promoverá um debate sobre as contradições e desafios do crescimento, decrescimento, futuro da economia e bem estar social. Estarão presentes Reinhard Loske, ex-deputado federal e professor titular de Sustentabilidade e Dinâmica de Transformação da Universidade de Witten, Alemanha; João Luiz Homem do Centro dos Estudos Avançados Multidisciplinares da UNB, Jorge Madeira Nogueira do Departamento de Economia da UNB e Ariel Cecílio Pares, Diretor do Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis do Ministério do Meio Ambiente. O evento acontecerá no dia 25 de fevereiro, às 15h, no auditório do Ministério do Meio Ambiente, Brasília.

Como ter um crescimento contínuo se os recursos naturais são finitos e a crescente emissão de gases de efeito estufa está degradando o meio ambiente pondo em risco a vida de milhões de pessoas, especialmente nos países em desenvolvimento? Na Europa e em particular na Alemanha há um crescente debate sobre a necessidade ou não da economia “decrescer” ou crescer de forma diferente, ou seja, não ser pautada no aumento do Produto Interno Bruto (PIB) para evitar o aquecimento global e garantir o futuro das sociedades. Enquanto alguns acham que com uma revolução tecnológica, aumentando a eficiência do uso dos recursos energéticos, ou uma política consequente de energias renováveis, aliada à “economia verde”, será possível diminuir as emissões e o gasto desses recursos finitos. Outros sustentam que isso não é suficiente, sendo necessário um debate profundo sobre as consequências e a natureza do crescimento nos termos atuais. Eles defendem a necessidade de uma “economia de suficiência”, o que implicaria também numa redução efetiva de produção e consumo.

Em escala global, os principais consumidores dos recursos naturais e os maiores agentes do aquecimento global são os países industrializados do Norte. Entre os grandes emissores de CO2 do mundo em números absolutos, hoje se encontram países emergentes, principalmente a China, mas também o Brasil. Porém, em termos, per capita as emissões estão bem abaixo das médias europeias. Esta inegável responsabilidade histórica dos países industrializados tem sido um dos principais pontos de embate nas negociações sobre mudanças climáticas no âmbito da ONU.

No Brasil, o apelo para a redução do consumo soa estranho. Afinal, uma característica comum aos países emergentes é a desigualdade profunda interna e em relação aos países industrializados, onde cerca de 16 milhões de pessoas, ainda vive com menos de US$ 40 por mês. Nesse cenário de relevantes carências de acesso a bens e serviços essenciais é hegemônica a ideia de que o crescimento do PIB é a condição necessária para o desenvolvimento e a redução da pobreza no país. Por outro lado, o debate sobre alternativas ao desenvolvimento, mudança de paradigma, transformação de processos não é novo no Brasil, mas continua marginal. Uma das possíveis razões reside no fato de que muitos que defendem a perspectiva da justiça social, raramente a aliam a dimensão ambiental.

O prof. Reinhard Loske explicará sua tese de que crescimento do PIB pode ser bom e decrescimento pode ser melhor, assim como deve expor as razões pelos quais o crescimento sustentável e economia verde podem não ser suficientes. Além disso, o crescimento não é sinônimo de desenvolvimento, assim como decrescimento não é sinônimo de pobreza. Nesses termos é possível para sociedades, como a brasileira, construírem uma economia e uma sociedade futura que não se baseie no PIB como índice principal de bem estar social.

Como debatedores, os professores João Luiz Homem e Jorge Madeira Nogueira apresentarão suas respectivas visões partindo do contexto brasileiro a respeito das relações entre crescimento, decrescimento, consumo, bem estar, economia, equidade e limites da natureza.

Na moderação do debate, o Diretor Ariel Pares, procurará sintetizar o debate evidenciando as principais questões levantadas que ao mesmo tempo desafiam e orientam as políticas públicas brasileiras.

Reinhard Loske é professor titular para Política, Sustentabilidade e Dinâmica da Transformação da universidade de Witten/Herdecke. De 1998 a 2007 foi deputado federal pelo Partido Verde e de 2007 a 2011 Secretário Estadual de Meio Ambiente e Transporte do Estado de Bremen, na Alemanha.

Em debate: crescimento e sustentabilidade

Data: 25 de fevereiro, 15h

Local: Auditório do Ministério do Meio Ambiente - Anexo 1- SEPN 505 Norte, Bloco "B", Edifício Marie Prendi Cruz. Brasília - DF.

Mais informações: http://br.boell.org/ info@br.boell.org

Inscrições limitadas até 24/2, 16h. Os interessados devem enviar um e-mail para: gicelia.santos.terceirizada@mma.gov.br

Leia uma entrevista com Loske e um artigo de sua autoria

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